Você conhece quais os tipos de container marítimo mais utilizados no Comércio Exterior?
Em linhas gerais, transportar uma grande caixa metálica, que é o próprio container, cheia de mercadorias, no lugar de ter que fazer as diversas movimentações das embalagens que cabiam dentro deles, tornou as operações logísticas (principalmente a portuária) muito mais eficientes e seguras.
E mesmo havendo uma norma de padronização, existem diferentes opções de containers, cujas variações são capazes de influenciar tanto os custos logísticos quanto tributários.
O objetivo do texto é lhe apresentar os tipos de container marítimo mais comuns no Comércio Exterior e suas características mais relevantes, para que não restem dúvidas sobre qual container usar para exportar ou importar sua mercadoria.
O que é um container?
No que tange ao transporte marítimo, é necessário primeiramente entender que o container não é embalagem, tampouco seu (no caso, de quem tem carga dentro dele).
Veja também: Frete Internacional: O que é e como funciona?
Afinal, se a pessoa pensa que o container é uma embalagem para a sua mercadoria, daí para pensar que o container é dela é muito rápido. Então, a fim de evitar que algum cliente seu discuta dizendo o contrário, tenha em mãos a legislação abaixo:
Em resumo, o container utilizado no transporte marítimo é parte da embarcação, pois seu uso facilita a unitização e movimentação da carga. Portanto, ele não pode ser tratado como uma caixa de papelão ou pallet, que faz parte do custo da mercadoria.
Do contrário! Por ser parte da embarcação a sua devolução deverá se dar ao Armador depois do uso e o quanto antes, para não pagar demurrage!
Quais são os tipos de container existentes e mais utilizados?
O tamanho do container é identificado por seu comprimento em pés e, apesar de existirem de 10, 20, 30 40 e 45 pés, são os de 20 e 40 pés de comprimentos que predominam fortemente no frete marítimo.
Para explicar os tipos de container existentes e mais utilizados, decidimos separar em quatro grupos conforme o tipo de carga, enfatizando o modelo mais comum deles (o Dry Box) e explicando os demais com base nas características que os diferenciam deste.
Antes de tudo, entenda que as informações físicas variam entre os Armadores (nem entre eles há consenso), pois o espaço e peso de uma unidade pode variar conforme a sua construção, o piso utilizado, as reformas sofridas, onde e quando foram construídos etc.
1. Carga Geral e Seca
Este grupo engloba toda carga que caiba em um container simples fechado, com embalagem própria, sem necessitar de controle de temperatura e ambiente. Apesar da palavra “seca”, pode transportar fluídos, desde que armazenados em embalagens propícias a esse tipo de produto – por exemplo, tambores, tonéis e IBC (Intermediate Bulk Container).
Este grupo se limitará àqueles dois tipos de container mais populares no transporte marítimo.
Container Dry Box
20′
- Dimensões internas: C 5,9 x L 2,34 x A 2,39 metros
- Tara: 2.150,00kg
- Capacidade para: 22.000,00kg
40′
- Dimensões internas: C 12,04 x L 2,34 x A 2,39 metros
- Tara: 3.550,00kg
- Capacidade para: 27.000,00kg
Também conhecido como Standard, GP (General Purpose) ou simplesmente Dry, este é certamente o modelo mais frequente no transporte marítimo.
Sua estrutura é predominantemente em aço, com assoalho de madeira. Possui porta dupla em uma das extremidades, cada qual com duas maçanetas com orifícios para inserir o lacre (aquele informado no BL).
Além do comprimento, a maior diferença entre os dois é que o de 20′ possui abertura nas laterais para que possa ser movimentado com empilhadeira. Embora alguns modelos de 40′ também possuam, sua movimentação não é recomendada.
Container High Cube
40′
- Dimensões internas: C 12,04 x L 2,34 x A 2,69 metros
- Tara: 4.150,00kg
- Capacidade para: 26.300,00kg
Também conhecido como HC, é 30cm mais alto do que o Dry Box.
Pode parecer pouca diferença (inclusive na imagem), porém pode não ser possível estufar um container com empilhadeira porque a carga mais o pallet excedem a altura do Dry.
O HC é indicado quando a mercadoria é mais volumosa que pesada, pois, apesar da altura, ela tem um preço: o container é mais pesado e sua capacidade de carga (em peso) é reduzida.
O valor do frete, do free time e da demurrage costumam ser menos vantajosos que o Dry, mas dependendo da demanda não é incomum solicitar cotação de Dry e receber HC com o mesmo valor ou mais barato.
Veja também: Frete FOB e CIF: Entenda as diferenças e as utilidades de cada um
2. Carga pesada ou superdimensionada
Nem tudo pode ser transportado em um Dry ou HC, por isso, para atender às grandes e pesadas estruturas é que existem estes tipos de container.
Em contrapartida, estas unidades comprometem os benefícios logísticos de se utilizar container, pois dificultam o transporte e a movimentação, além do acondicionamento no navio – por ocuparem mais espaço e reduzirem a capacidade de empilhamento.
E quando um produto dificulta a logística, certamente ela custará mais caro.
Em virtude de serem poucas unidades disponíveis, o free time oferecido é mais curto e o valor da demurrage bem mais alto em comparação ao Dry Box.
Container Open Top
20′
- Dimensões internas: C 5,89 x L 2,34 x A 2,39 metros
- Tara: 2.050,00kg
- Capacidade para: 21.700,00kg
40′
- Dimensões internas: C 12,04 x L 2,34 x A 2,39 metros
- Tara: 3.800,00kg
- Capacidade para: 27.020,00kg
Também conhecido pela sigla OT, este tipo de container difere de um Dry Box por ter o topo aberto, tornando-o ideal para cargas altas, mas não somente elas.
Equipamentos pesados e compridos não favorecem o uso de empilhadeiras, porém, com este container, eles podem ser acondicionados por cima com guindastes e pontes rolantes.
Além disso, caso não haja tanto excesso de altura, é possível fechar o teto do container com lona.
Container Flat Rack
20′
- Dimensões internas: C 5,94 x L 2,35 x A 2,35 metros
- Tara: 2.360,00kg
- Capacidade para: 30.140,00kg
40′
- Dimensões internas: C 12,13 x L 2,40 x A 2,14 metros
- Tara: 5.000,00kg
- Capacidade para: 40.000,00kg
Aumentando mais um pouco as dimensões e capacidade de peso da carga, certamente que o FR será a opção adequada para equipamentos gigantes. Além do teto, ele não possui porta e nem paredes e, para evitar que a mercadoria corra, há diversos pontos nas laterais para amarração de cordões, correntes, cintos etc.
Dica: atente-se para estes tocos utilizados na peação, se eles não passarem pela devida fumigação, poderá eventualmente se incomodar bastante com o MAPA.
Container Plataforma
20′
- Dimensões internas: C 6,06 x L 2,44 metros
- Tara: 2.740,00kg
- Capacidade para: 31.260,00kg
40′
- Dimensões internas: C 12,19 x L 2,44 metros
- Tara: 5.700,00kg
- Capacidade para: 39.300,00kg
Se sua carga for ainda mais excedente, as duas paredes do FR podem atrapalhar. Nesse caso, é aí que entra o container plataforma, também conhecido por Platform ou “pranchão”.
Assim como o Flat Rack, sua superfície pode ser tanto em madeira quanto em aço.
Tanto o FR quanto o pranchão possuem altíssimos valores de frete (mesmo que a carga esteja respeitando os limites das dimensões) e exigem muito cuidado com o free time, por isso são mais utilizados para transporte de maquinários de alto valor agregado.
Estes dois tipos de container tendem a ser mais difíceis de encontrar. Se precisar mesmo de um pranchão e não houver disponível, veja se não possuem um Flat Rack, pois em muitos deles as paredes podem ser baixadas, como no vídeo abaixo.
3. Carga dependente de controle atmosférico
Devido ao nosso fortíssimo agronegócio, o primeiro exemplo que vem em nossa cabeça são alimentos, mas plantas, fármacos, flores e micro-organismos também são transportados além-mar e precisam destes tipos de container capazes de controlar a atmosfera.
Container Ventilado
20′
- Dimensões internas: C 5,90 x L 2,32 x A 2,37 metros
- Tara: 2.650,00kg
- Capacidade para: 24.000,00kg
Em princípio, pode parecer um container Dry Box – o que o difere são as fissuras viradas para baixo localizadas ao longo das paredes, sendo conhecido em inglês pelo nome Ventilated.
Certas cargas como grãos, químicos e fertilizantes apenas precisam que a atmosfera se mantenha a mesma que a externa, assim como há outras que emitem gases capazes de alterar o ambiente dentro do container e comprometer o produto.
Container Reefer
20′
- Dimensões internas: C 5,44 x L 2,29 x A 2,29 metros
- Tara: 3.080,00kg
- Capacidade para: 27.400,00kg
40′
- Dimensões internas: C 11,56 x L 2,28 x A 2,25 metros
- Tara: 4.800,00kg
- Capacidade para: 27.700,00kg
O container Reefer consegue manter constantemente temperatura tanto até -30ºC bem como +30ºC.
Leia também: Logística internacional de perecíveis: Principais tipos e desafios
Para conseguir esse feito, sua estrutura em síntese predomina aço e alumínio, possui isolamento térmico (a cor branca também ajuda), as portas vedam com maior eficiência contra corpos estranhos externos e, na extremidade oposta, está instalado o sistema de controle de temperatura.
Em contrapartida, seu espaço interno é inferior comparado aos demais tipos de container devido ao espaço utilizado pelo sistema de controle da temperatura e o das saídas de ar, que não podem ser bloqueadas.
Container NOR
Como o agronegócio é predominante em nossas exportações, inegavelmente que exportamos muito com container Reefer, mas não importamos nem perto dessa quantidade de produtos que exigem um controle de temperatura. Portanto, como fazer com que esses containers voltem cheios?
Eles voltam desligadas, estufados com carga geral.
NOR significa Non-Operating Reefer e, dependendo da época do ano, o seu frete é mais barato que o do Dry Box, no entanto, é preciso tomar três cuidados:
- espaço interno reduzido;
- estrutura sensível e custo de reparo caríssimo (mais que o normal);
- free time curto e demurrage tão cara quanto o custo de reparo.
Logo, sua importação precisa ter um despacho aduaneiro ágil e a carga deve não danificar a estrutura em uma viagem.
4. Carga a granel
Se deseja importar ou exportar em grande quantidade e deseja reduzir custos de embalagem e manuseio, estes tipos de container atendem com qualidade mercados como: químicos, bebidas alcoólicas e agrícola.
Eles se comportam como grandes embalagens, contudo, não esqueça: container não é embalagem!
Por falar nisso, uma ótima solução para o armazenamento de líquido a granel no contêiner é o flexitank. Trata-se de uma embalagem feita de polietileno específica para garantir a segurança de cargas a granel.
Container Tanque
Por mais que existam padrões ISO, a estrutura física desse tipo de container varia conforme o produto que ele for destinado a transportar. Alguns químicos causam mais pressão, outros precisam de controle de temperatura similar ao de um Reefer.
Em suma, a estrutura externa que cerca o tanque é similar aos demais containers, e possuem bocais para executar o carregamento e descarregamento por pressão.
O volume que consegue transportar barateia o frete, mas é uma operação complexa e custosa, exige-se o pagamento do aluguel pelo equipamento, da lavação e da devolução.
Dica: Confira na cotação se o local de devolução é próximo de onde pretende descarregar a mercadoria.
Veja também: Redução de custos e Cálculo ROI na Gestão de Comércio Exterior
Container Graneleiro
20′
- Dimensões internas: C 5,83 x L 2,37 x A 2,37 metros
- Tara: 2.900,00kg
- Capacidade para: 35.000,00kg
Chamado no inglês de Grain Container o nome já explica que ele é usado, sobretudo, para o transporte de grãos.
Ao invés da porta dupla, no entanto, possui escotilhas no teto para o carregamento e uma portinhola abaixo para o descarregamento. Sua estrutura interna é revestida para evitar a perda de mercadoria.
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