Como funciona a Logística Reversa, o que é e qual sua importância?
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Como funciona a Logística Reversa, o que é e qual sua importância?

Não é novidade para ninguém que a logística é parte crucial para o bom funcionamento de qualquer empresa, mas você já ouviu falar em Logística Reversa?

Em um primeiro momento, a palavra nos dá a impressão de ser uma “logística ao contrário”, sendo uma rota inversa àquela feita pela logística tradicional, mas vamos conhecê-la mais a fundo?

Logística Reversa: conceito

Em suma, é isso mesmo: enquanto a logística se preocupa em garantir que o produto seja produzido e entregue da forma mais barata ao consumidor, a Logística Reversa faz o caminho contrário e se preocupa em recolher os produtos utilizados (ou o que sobrou deles), no pós-consumo.

Assim, a empresa vai atrás de embalagens e resíduos para serem novamente utilizados ou descartados nos locais adequados, visando, pois, a preservação do meio ambiente.

Para que o produto depois do uso pelo consumidor final tenha um destino adequado é necessária uma grande gestão que envolve a empresa, os consumidores e as transportadoras.

Juntos, estes atores buscam estratégias para evitar que os materiais sejam depositados em lugares inapropriados.

Assim, ela funciona como um ciclo que será explicado ao longo desse texto:

Regulamentação no Brasil

A legislação brasileira, a partir do Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, destaca a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos e a Logística Reversa.

A PNRS objetiva legislar e controlar a distribuição de resíduos, de forma que sejam criados sistemas sustentáveis. Com ela, a responsabilidade pela Logística Reversa passa a ser de todos os envolvidos.

Ademais, ações que visem a sustentabilidade podem e devem ser fomentadas tanto pelo poder público como por empresas privadas, colaborando para uma sociedade limpa.

Leia também: Logística Internacional: O que é, importância e como funciona?

Como funciona a Logística Reversa?

Para que funcione, a Logística Reversa deve ser abraçada por todas as etapas do processo produtivo e de consumo: as transportadoras, as empresas e os consumidores.

Assim como cada uma dessas partes possui seu devido papel na produção, o mesmo também ocorre no processo inverso, onde o empenho de todos pode trazer o resultado esperado.

Algumas etapas devem acontecer para que a Logística Reversa funcione efetivamente. Vamos descobrir quais são?

Conscientização do consumidor

Para iniciar, é necessário que o consumidor, o destinatário final do produto, entenda a importância de dar um destino adequado a ele após a sua utilização.

Para isso, ele necessita ser informado. Campanhas, orientação nas lojas e informações que possam ser encontradas facilmente são ótimos recursos para fazer com que o consumidor faça sua parte no processo.

Dessa forma, ele entenderá a relevância da Logística Reversa e poderá dar a destinação adequada ao produto, levando-o, por exemplo, a um ponto de coleta.

Ponto de coleta

O próximo passo é dispor de locais onde os produtos possam ser descartados, de forma que eles iniciem seu caminho inverso.

Esse ponto pode ser tanto na loja que vendeu o produto, um lugar especializado para receber determinados tipos de materiais ou, até mesmo, um centro da transportadora.

Assim, o consumidor terá consciência de que deve dar um retorno ao material e também saberá onde depositá-lo.

Importante dizer que, às vezes, ONGs, escolas ou outros projetos se tornam pontos de coleta com um objetivo próprio. Estes locais são uma ótima forma de possibilitar a reciclagem do produto e auxiliar na distribuição.

Destino adequado

Depois que o material é coletado, chegou a hora de dar a ele o destino correto. Aqui, o responsável pelo ponto de coleta, seja o comerciante ou o fornecedor, deve fazer com que o produto volte para o fabricante.

A empresa, por sua vez, tem a responsabilidade de distribuir o que recebeu: ela pode devolver o material para o processo produtivo de forma que ele seja reutilizado ou encaminhar para o descarte adequado, de acordo com cada produto.

Dessa forma, o risco de perder um material ou de ele acabar sendo depositado na natureza é menor.

Leia também: Logística portuária: o que é, desafios e como impacta na economia do país?

Qual a importância da Logística Reversa?

A Logística Reversa é uma bela forma de ressignificar a palavra “lixo”.

Isso porque o que é considerado inútil para o consumidor ou para a empresa pode muito bem ser utilizado por outras entidades ou, até mesmo, empresas de outros ramos.

Pela utilização da Logística Reversa e sua importância, podemos destacar dois impactos principais: o impacto econômico e a sustentabilidade.

Impacto econômico nas empresas

Por partir de um princípio de reuso do material, as empresas que possuem implementadas a prática da Logística Reversa conseguem uma boa vantagem competitiva sobre aquelas que não a implementaram ainda.

Isso porque uma boa parte do material que é entregue ao consumidor acaba retornando para a indústria, o que diminui custos.

Se uma garrafa de vidro de refrigerante pode ser novamente preenchida com o líquido e retornar ao consumidor, por exemplo, a empresa não tem a necessidade de adquirir ou produzir o material novamente, pois ele será reutilizado.

Dessa forma, os custos com matéria-prima diminuem e, ainda, o consumidor se sente satisfeito por pagar um valor menor pelo produto.

Sustentabilidade na empresa (e fora dela)

A empresa que leva a Logística Reversa como uma prática diminui a quantidade de material descartado na natureza, uma vez que o reutiliza.

Não o bastante, constrói uma imagem positiva de sustentabilidade e impacta positivamente o local onde está inserida. Algumas pessoas, inclusive, escolhem por consumir produtos de uma empresa que tem essa preocupação com o bem-estar do Planeta.

Sem contar que, uma vez que a iniciativa começa na empresa, ela pode chegar aos consumidores e seguir atingindo mais pessoas, aumentando os benefícios para o meio ambiente.

Leia também: Importação Direta e Indireta: entenda diferenças e vantagens

Exemplos de Logística Reversa

Alguns dos produtos que conhecemos já fazem parte de um processo de Logística Reversa e muitos deles são, inclusive, conhecidos pela maioria das pessoas, como é o caso das garrafas de vidro citadas anteriormente.

Contudo, outro processo não muito conhecido é o caso de garrafas PET, pilhas e pneus.

  1. Garrafas PET

    O PET é considerado o melhor e mais resistente plástico. Por conta disso, ele é muito utilizado na fabricação de embalagens como garrafas.

    Esse tipo de plástico, contudo, leva cerca de 200 anos para se decompor na natureza, por isso é tão importante incorporá-lo na Logística Reversa.

    A partir da reciclagem de PET podem surgir produtos como carpetes, peças de barco, travesseiros, cortinas e barracas, além de cordas, roupas esportivas e calçados.

    Algumas entidades, inclusive, trabalham com compra e venda de garrafas PET usadas, o que auxilia as empresas que não encontram uma forma de reutilizá-las e evita que elas sejam descartadas na natureza.

  2. Pilhas e baterias

    As pilhas e baterias portáteis são produtos que não podem de forma alguma ser descartados no lixo doméstico, mesmo em cidades que contam com o serviço público de coleta de resíduos, em que o material recolhido são descartados em aterros adequados.

    Isso porque esses produtos são resíduos perigosos ao meio ambiente e, caso haja descarte inadequado, podem causar contaminação de solo e cursos d’água.

    Por isso, é muito comum existirem pontos de coletas específicos para esses materiais, uma vez que eles são recolhidos por empresas ou pelo poder público, passam processos químicos e físicos adequados.

    Estes são processos de trituração, superaquecimento do material para fazer a separação do zinco – metal que pode ser reaproveitado na produção de novas pilhas – e recuperação de sais utilizados como insumos na indústria.

    Outros materiais extraídos do processo podem, ainda, ser utilizados na produção de cimento, vidro e cerâmica.

  3. Pneus

    Os pneus, por serem de borracha, levam muito tempo para se decomporem na natureza e, como se não bastasse, esse processo causa poluição e contaminação pelos gases formados a partir da exposição da borracha ao sol.

    Ademais, os pneus descartados de forma incorreta acumulam água e são locais de reprodução de insetos causadores de doenças como a dengue, a malária e a febre amarela.

    Por isso, assim como ocorre com as pilhas, há pontos de coletas de pneus espalhados pelo Brasil. Após serem recolhidos, eles geralmente passam por um processo de trituração e picotagem.

    Os fragmentos, então, são utilizados na fabricação de cimento, pisos, solas de calçados, pedra brita, borracha, peças automobilísticas, entre outros.

    Além disso, o pó de borracha extraído pode ser utilizado para fazer os pisos emborrachados das quadras de centros esportivos.

Leia também: Importação e Exportação: diferenças e como é o processo?

Conclusão

E você, amigo? Já tinha ouvido falar sobre a Logística Reversa?
Seu conceito não é muito difundido, mas ela pode ser observada em alguns locais específicos mesmo sem que tenhamos esse conhecimento.
Você observa alguns desses locais na cidade onde mora? Tem fácil acesso a pontos de coleta?
Conte-nos nos comentários!

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Artigo escrito por Jonas Vieira
Consultor, Escritor e Produtor de Conteúdo de Comércio Exterior
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Jonas Vieira

Jonas é graduado e pós-graduado em Comércio Exterior, atua desde 2007 com foco em importação na indústria e comércio, e desde 2018 produz conteúdo sobre a área. É apresentador do podcast Invoice Cast e Co-Fundador da Invoice Content, agência de marketing que atende unicamente empresas de comércio exterior.

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