Circunstâncias como a atual crise sanitária e o conflito armado entre Rússia e Ucrânia influenciam as perspectivas do comércio internacional e resultam em variação ou flutuação cambial. Mas como proteger a empresa da exposição ao risco cambial e contra oscilações bruscas?
Pensando nisso preparamos um texto esclarecedor sobre quais são os riscos cambiais e as mais variadas formas de evitá-los. Acompanhe!
O mercado de câmbio e o mercado financeiro mundial
É impossível falar em risco cambial sem falar em câmbio. Portanto, inicialmente, é importante compreender que o Banco Central não estabelece uma taxa de câmbio, tão somente a supervisiona.
Desde março de 2020 a flutuação cambial tem deixado claro que as atividades de Comércio Exterior não são para amadores. Afinal, a crise sanitária extrapolou todas as previsões financeiras mundiais e, quando a economia começou a se estabilizar no início deste ano, foi impactada novamente com a invasão Russa ao território Ucraniano.
O que é risco cambial?
Quando uma empresa corre risco de perder dinheiro por conta das variações do câmbio, assumindo prejuízo financeiros, ela está exposta ao risco cambial.
É necessário prestar atenção aos movimentos do mercado para então compreender quais são os tipos de riscos assumidos pela empresa no momento da negociação internacional.
Quais os tipos de risco cambial?
O risco cambial pode até ser comum se considerarmos que grande parte dos contratos internacionais são negociados a prazo. Desse modo, os riscos cambiais estão frequentemente presentes nas atividades de Comércio Exterior.
Abaixo listamos os quatro principais riscos cambiais de forma clara e objetiva:
Exposição
O risco de exposição representa o grau de vulnerabilidade do caixa aos impactos da flutuação da moeda. Em outras palavras, é quanto de moeda estrangeira a empresa tem “na rua” em contas a receber ou contas a pagar.
Previsão
Este risco é determinado a partir de estudos estatísticos feitos com a finalidade de prever o comportamento da moeda em determinados períodos. Para isso, é preciso analisar o histórico cambial da economia e traçar comparações analíticas.
Mercado e Transação
Neste caso, estamos nos referindo ao risco cambial de cada setor do mercado, que pode estar ligado a perdas causadas pela oscilação de preços das commodities, a exemplo do petróleo.
Vale lembrar que o petróleo é muito importante para a economia global nos dias de hoje e, por isso, é o termômetro que mede a “febre” dos novos tempos.
Ainda neste aspecto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), responsável pela regulamentação da produção e comercialização da commodity, diminuiu as expectativas de aumento da demanda global para o ano de 2022 e, portanto, aumentou a cotação do petróleo.
Sistema
Tratando-se de importação e exportação, é preciso então assumir que o produto será entregue com expectativa de recebimento futuro. Sendo assim, riscos de sistema são todos aqueles relacionados à gestão empresarial e todos os esforços de trabalho que estão envolvidos em uma operação de Comércio Exterior.
Como funciona o risco cambial?
O risco cambial pode ser resumido como o risco de uma empresa arcar com prejuízos em função das variações do câmbio. Um dos efeitos da Guerra entre Rússia e Ucrânia mais evidentes para a economia global é a desvalorização do euro, que desde março permanece em tendência de queda. A título de exemplo podemos citar a seguinte situação:
- Uma exportação do Brasil para a Espanha que foi embarcada em 4 de janeiro de 2022 com prazo de pagamento para 90 dias, certamente sofrerá com os efeitos econômicos, já que no momento do embarque a cotação real para euro era de 6,42 e, no momento do recebimento, em 6 de abril, era de 4,61.
Quais as empresas mais sujeitas ao risco cambial?
Todas as empresas envolvidas em algum tipo de negociação internacional, sejam elas importadoras, exportadoras ou até mesmo empresas com atividades nacionais, mas que contratam softwares em nuvem para o melhor desempenho de suas atividades, estão sujeitas ao risco cambial.
Como evitar o risco cambial?
Na tentativa de evitar a exposição aos riscos da variação cambial, instituições financeiras comercializam instrumentos de proteção popularmente conhecidos como cobertura de risco cambial. Isso pode ser realizado a qualquer momento com os mais variados bancos.
Tais instrumentos estão relacionados com o que os economistas chamam de mercado futuro, ou seja, existe o compromisso da compra ou venda de um ativo por um preço estipulado em uma data preestabelecida que acontecerá no futuro. Os contratos futuros são negociados em bolsas e isso significa você negociará com uma instituição financeira.
A seguir abordaremos os detalhes desses instrumentos que farão toda a diferença na gestão financeira da sua empresa caso sejam contratados:
ACC
A sigla ACC significa Adiantamento sobre Contrato de Câmbio e nada mais é do que uma quantia que o exportador solicita antecipadamente ao banco, tendo em vista os embarques que estão para acontecer.
Para tanto, existe um compromisso em comprovar a exportação para o sistema aduaneiro. Contudo, caso isso não ocorra dentro do período indicado, a empresa poderá ser autuada e arcar com multas.
Hedge Cambial
Trata-se de um tipo de estratégia de gerenciamento de risco cambial com foco na compensação de perdas em investimentos. Ou seja, aplicar hedge significa contratar um câmbio fixo para diminuir os riscos de flutuação da moeda aos quais a empresa que executa atividades de Comércio Exterior se expõe a todo momento.
Na prática, o custo do hedge depende do lucro que se pretende obter com a operação, pois é uma espécie de cobertura ao risco.
Forward Cambial
É o compromisso de compra ou venda de uma moeda em uma data futura. Neste caso, o contratante expressa o desejo de ter o câmbio garantido pela taxa fixada na data preestabelecida. Usualmente são contratos de curta duração (12 meses).
Swap Cambial
As operações que utilizam swap cambial consistem em administrar os indexadores no contrato de câmbio. Isto é, diante de um novo contexto econômico será possível mudar de estratégia para evitar prejuízos por conta da flutuação da moeda.
Esta prática é comumente adotada por empresas brasileiras que têm dívidas em dólar. Dessa forma, o contrato de swap admitirá a troca da rentabilidade/oscilação positiva do dólar pela variação do CDI ou da taxa Selic – que é a taxa de referência de juros da economia brasileira, que influencia todas as outras taxas de juros do país, tais como as dos empréstimos e das aplicações financeiras.
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Quando falamos em atividades de Comércio Exterior estamos nos referindo às mais variadas formas de negociação de prazos, controle de contratos, fechamento de câmbio, nacionalização de produtos, despesas logísticas e fechamento de processos.
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