No comércio exterior, decisões erradas custam caro. Afinal, seja um erro de previsão, uma análise de custo mal conduzida ou a falta de visibilidade sobre os indicadores da operação, qualquer falha pode gerar impactos que se propagam por toda a cadeia logística, afetando prazos, custos e até a credibilidade da empresa diante de clientes e parceiros comerciais. Por isso, é nesse ponto que o Business Intelligence (BI) assume um papel decisivo, ao transformar dados em conhecimento útil e estratégico, capaz de orientar cada movimento e decisão da empresa.
Além disso, as empresas que atuam com importação e exportação de mercadorias precisam lidar com uma rotina de alta complexidade, pois envolvem diferentes sistemas, legislações, moedas e variações de mercado. Dessa forma, gerir tudo isso com base em planilhas ou informações fragmentadas já não é mais viável.
De acordo com a MicKinsey, negócios que utilizam dados estruturados podem crescer entre 15% e 25% acima da média de mercado, com a utilização de ferramentas de BI integradas.
O BI, quando bem aplicado, oferece uma visão ampla e integrada de toda a cadeia, o que permite às empresas analisarem o desempenho logístico, o comportamento dos custos, os gargalos operacionais e o aproveitamento de oportunidades em tempo real.
Neste texto, você verá como o Business Intelligence é mais do que um recurso tecnológico, já que ele é um instrumento de controle, eficiência e previsibilidade, e compreender como utilizá-lo dentro das operações de comércio exterior é o primeiro passo para poder transformar dados em decisões seguras e rentáveis.
A complexidade de dados no comércio exterior
A gestão de dados sempre foi um dos maiores desafios para quem atua com importação e exportação. Afinal, cada embarque gera um volume expressivo de informações, desde o pedido de compra até o desembaraço aduaneiro.
Entre planilhas de custos, sistemas de rastreamento, documentos fiscais e relatórios logísticos, a empresa acaba, muitas vezes, se vendo diante de uma enxurrada de dados, frequentemente dispersos e difíceis de interpretar.
Assim, esses dados, quando não são organizados de forma inteligente, perdem valor. Com frequência, as equipes gastam horas reunindo informações de diferentes fontes apenas para, no fim, descobrir que estão analisando números desatualizados ou inconsistentes.
Nesse contexto, o Business Intelligence (BI) resolve justamente esse problema. Isso porque ele coleta, estrutura e interpreta dados de diversos sistemas — como ERPs, plataformas logísticas e softwares de gestão de comércio exterior — a fim de oferecer uma leitura precisa e centralizada da operação.
No comércio exterior, essa integração de dados é ainda mais importante e valiosa. Isso ocorre porque um embarque envolve diversos players — como importador, exportador, despachante aduaneiro, transportadora, porto, armador, aeroporto e órgãos anuentes. Cada um deles gera dados que, isoladamente, dizem pouco. No entanto, quando analisados de forma conectada, esses dados revelam o desempenho real da cadeia e possibilitam identificar gargalos e oportunidades de melhoria.
A transformação de dados em decisões
Um dos grandes diferenciais do BI é sua capacidade de converter informações brutas em indicadores relevantes.
Em vez de apenas registrar o que aconteceu, ele mostra por que aconteceu e como evitar que se repita.
Com relatórios e dashboards personalizados, o gestor pode acompanhar em tempo real:
- Tempo médio de desembaraço aduaneiro por operação
- Custo total por embarque ou por produto
- Comparativo entre transportadores e modais de transporte
- Volume de mercadoria em trânsito, aguardando liberação aduaneira e entregues
- Oscilação cambial e variação nos valores de frete
Esses insights não apenas otimizam a rotina operacional, mas também embasam decisões estratégicas, como a escolha do parceiro logístico mais eficiente, a melhor rota marítima ou o momento ideal para fechar um câmbio.
Além disso, o Business Intelligence pode identificar padrões que passariam despercebidos em análises manuais. Por exemplo, se uma transportadora específica apresenta atrasos recorrentes em determinado trajeto, o sistema evidencia o problema antes que ele gere perdas significativas.
Da mesma forma, é possível detectar aumento anormal de custos em um produto ou rota, apontando a necessidade de renegociação ou mudança de fornecedor ou transportador.
Redução de custos e aumento de eficiência
No comércio exterior, pequenas variações de custo podem representar grandes diferenças no resultado final. O BI permite que a empresa enxergue onde está gastando mais do que deveria e onde pode atuar para equilibrar o orçamento.
Ao consolidar dados financeiros e operacionais, é possível identificar:
- Custos adicionais não previstos, como armazenagem ou Demurrage;
- Desvios de frete e variações cambiais que afetam o custo total da operação;
- Processos com baixa produtividade;
- Contratos de transporte ou seguro que poderiam ser otimizados.
Com essas informações em mãos, o gestor passa a ter controle sobre cada variável que impacta o custo total da importação ou exportação.
O resultado é um processo mais enxuto, sem desperdícios e com decisões baseadas em dados reais e confiáveis, não em suposições.
Além da economia, há ganho de eficiência já que o Business Intelligence automatiza a geração de relatórios e elimina a dependência de planilhas manuais, fazendo com que o foco da equipe seja mais na parte analítica e estratégica.
Isso significa menos tempo gasto com consolidação de dados e mais tempo dedicado à análises e à tomada de decisões.
Gestão de riscos e conformidade das operações de comércio exterior
Outro ponto em que o Business Intelligence se destaca é na redução de riscos. No comércio exterior, cada etapa está sujeita a imprevistos, seja por atrasos no embarque, variações cambiais, falhas documentais, processo de despacho e desembaraço aduaneiro moroso ou penalidades por não conformidade.
O BI oferece uma camada adicional de segurança ao monitorar os indicadores que mais influenciam a regularidade da operação. É possível, por exemplo:
- Acompanhar a evolução de processos de licenciamento e desembaraço;
- Controlar prazos de validade de certificados e registros;
- Avaliar a frequência de não conformidades e suas causas;
- Medir o impacto financeiro de atrasos e aplicação de multas e outras penalidades.
Essa visibilidade permite que as equipes atuem de forma preventiva, para evitar multas, autuações e interrupções desnecessárias na cadeia de suprimentos.
Mais do que reagir a problemas, o BI permite antecipá-los, o que, no comércio exterior, é uma vantagem decisiva para manter a previsibilidade nas entregas e proteger a reputação da empresa.
Previsibilidade e planejamento inteligente
Prever é tão importante quanto reagir e essa é uma das maiores vantagens do Business Intelligence.
Ao analisar dados históricos, o BI identifica tendências e padrões que podem ajudar a projetar o comportamento futuro da operação.
Por exemplo, é possível prever períodos de maior congestionamento em portos, oscilações de demanda, prazos médios de desembaraço aduaneiro ou até mesmo a variação de custos logísticos em determinadas épocas do ano.
Com base nessas previsões, a empresa pode planejar seus embarques com mais precisão, negociar contratos de transporte com antecedência e equilibrar seu fluxo de caixa de maneira mais segura.
Além disso, o BI permite simulações, com o gestor avaliando o impacto de diferentes cenários, como o aumento do dólar, mudanças de rota ou alteração de fornecedor, e entender como cada variável afetará o resultado final.
Esse tipo de planejamento é extremamente essencial para reduzir riscos e garantir estabilidade, mesmo em contextos de alta volatilidade.
Integração com sistemas e tecnologias
O Business Intelligence não atua de forma isolada, ele se conecta a diferentes plataformas, tornando-se o ponto central da gestão de dados.
Sistemas ERP, TMS, WMS e ferramentas de rastreamento podem ser integrados ao BI, de forma a formar um ecossistema digital que trabalha de forma coordenada.
Essa integração oferece uma visão única da operação, ou seja, todos os dados, desde o pedido de compra até a entrega final, passam a ser visualizados em tempo real em um único painel.
Com isso, desaparecem as lacunas de informação que tradicionalmente prejudicam o fluxo entre setores e parceiros.
No caso da Gett, por exemplo, nosso software de importação conta com o módulo Analytics, um módulo de Business Intelligence com indicadores personalizados por módulo que fornece um painel de dashboards sofisticados para a rápida tomada de decisão e análise de dados.
A união entre a tecnologia de gestão e inteligência de dados resulta em uma cadeia logística mais previsível, conectada e orientada por informação confiável.
Cultura orientada por dados
Mais do que uma ferramenta, o Business Intelligence (BI) promove uma verdadeira mudança de mentalidade.
Afinal, as empresas que adotam uma cultura orientada por dados deixam de basear suas decisões em percepções ou experiências passadas e passam a agir com base em fatos concretos.
Como resultado, essa transformação cultural fortalece todos os níveis da empresa. Ou seja, da operação à diretoria, todos passam a enxergar os resultados sob a mesma ótica, com indicadores transparentes e objetivos claros.
Além disso, quando o time entende o impacto real de suas ações e enxerga o reflexo disso em dashboards e relatórios, o engajamento aumenta e o processo de melhoria contínua se torna natural.
Por fim, no comércio exterior, onde cada detalhe influencia o resultado, essa maturidade analítica acaba se traduzindo em competitividade e credibilidade.
Tenha informação confiável na palma da sua mão com a Gett
É fato que o Business Intelligence permite compreender o passado, controlar o presente e prever o futuro e essas três dimensões são essenciais para quem busca eficiência, economia e previsibilidade em um ambiente complexo como o do comércio exterior.
Pensando nisso, a Gett desenvolveu um módulo de análise de dados extremamente robusto para que você possa elevar a confiabilidade e a agilidade na análise e na tomada de suas decisões.
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