A importação de produtos pode ser uma excelente estratégia para expandir o portfólio da sua empresa, reduzir custos de produção ou trazer inovação ao mercado nacional. No entanto, para quem está começando, o processo pode parecer complexo e cheio de burocracia.
Se você está pensando em dar os primeiros passos nesse universo, este texto vai lhe ajudar a entender o essencial para começar a importar de forma segura, legal e eficiente. Confira!
O que é importação?
A importação nada mais é do que a entrega legal de bens ou serviços estrangeiros no território nacional. Isso envolve uma série de etapas que vão desde a escolha do produto e do fornecedor internacional, até o processo de despacho/desembaraço aduaneiro e recebimento das mercadorias importadas.
Para se ter uma ideia da quantidade de importações realizadas pelo Brasil, de acordo com dados extraídos do ComexVis em 10/04/2025, no acumulado de janeiro a março de 2025 foi importado um total de US$ 67,3 bilhões, apresentando um crescimento de 13,7% em relação ao mesmo período do ano de 2024.
Principais etapas da importação
Aqui estão as etapas de um processo de importação:
Habilitação no Radar Siscomex
Antes de qualquer operação, é necessário habilitar sua empresa no Radar (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros), o sistema ambiente que permite o acesso ao Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior) e assim poder atuar na importação de mercadorias.
Existem 3 modalidades de habilitação no Radar e são elas:
- Radar Expresso: para empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima, ou ainda, empresa pública ou sociedade de economia mista.
- Radar Limitado 50 mil dólares: para empresas que têm capacidade para importar até US$ 50 mil dólares dos Estados Unidos ou o equivalente em outra moeda, em um período consecutivo de 6 (seis) meses.
- Radar Limitado 150 mil dólares: para empresas que têm capacidade para importar até US$ 150 mil dos Estados Unidos ou o equivalente em outra moeda, em um período consecutivo de 6 (seis) meses
- Radar Ilimitado: para empresas que possuem capacidade econômica e financeira comprovada para importar valor superior a US$ 150 mil dos Estados Unidos ou o equivalente em outra moeda, em um período consecutivo de 6 (seis) meses. Nesta modalidade não há qualquer limite de operação, devendo possuir habitualidade no comércio exterior.
Sem a devida habilitação no Radar, sua empresa não pode importar legalmente.
Definição de produto e estudo de mercado
Antes de iniciar qualquer negociação internacional, sua empresa deve, em primeiro lugar, identificar com clareza qual produto deseja importar, suas características técnicas, os padrões exigidos e a demanda que ele pode atender no mercado nacional. Essa definição, por sua vez, precisa estar alinhada com as necessidades do público-alvo.
Além disso, o estudo de mercado permite avaliar a viabilidade comercial da importação, analisando fatores como concorrência, preço praticado, comportamento do consumidor e tendências do setor.
Com base nessas informações, a empresa consegue, então, partir para a segunda etapa do processo de importação: a escolha de um fornecedor internacional confiável.
Escolha de fornecedores internacionais confiáveis
A escolha de fornecedores internacionais impacta diretamente na qualidade dos produtos, nos prazos de entrega e na segurança da transação comercial.
Avaliar a reputação do fornecedor no mercado, seu histórico de exportações, sua capacidade técnica e produtiva, a saúde financeira da empresa fornecedora e buscar referências são ações essenciais para, assim, evitar riscos e garantir que a operação ocorra com eficiência.
É importante também, sempre antes de fechar qualquer pedido, solicitar o envio de amostra para que você possa avaliar a qualidade do produto em questão.
Um bom fornecedor também contribui para a construção de uma parceria sólida e de longo prazo, o que pode gerar vantagens competitivas importantes no mercado.
Classificação fiscal adequada de mercadoria
A escolha adequada de um código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) para a mercadoria que se deseja importar é etapa fundamental, uma vez que essa classificação influencia diretamente na tributação, no tratamento administrativo e na aplicação de benefícios fiscais.
Um erro na definição do código NCM pode gerar atrasos no desembaraço aduaneiro da mercadoria, aplicação de multas e outras penalidades.
Por isso, é fundamental contar com uma análise técnica. Ela deve considerar as características específicas do produto, como composição, função, finalidade e tecnologia empregada. Além disso, é preciso conhecer e cumprir as regras de classificação fiscal, como as Regras Gerais de Interpretação (RGI) do Sistema Harmonizado (SH) e as Regras Gerais Complementares (RGC). Também é importante consultar as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH).
Após classificar corretamente a mercadoria, o próximo passo é consultar o tratamento administrativo. É necessário verificar, por exemplo, se há exigência de emissão de Licença de Importação (LI). Além disso, é essencial analisar se o processo exige certificados específicos ou até o registro do produto junto a órgãos reguladores. Tudo isso varia conforme as características do item que sua empresa deseja importar.
Para facilitar esse processo, vale destacar que a Gett oferece um módulo exclusivo para consulta de classificação fiscal. Com o Gett Pro, nosso sistema para a gestão completa de suas operações de comércio exterior, você acessa o módulo TEC-Avançada, ideal para avaliar com mais precisão a classificação tarifária das mercadorias que pretende importar.
Cotação e negociação com o fornecedor internacional
Nesse momento, a empresa define o preço do produto, estabelece as condições de pagamento, determina os prazos de entrega e escolhe os termos logísticos, como o Incoterm aplicável.
Assim, uma boa negociação pode gerar economia significativa no processo, além de garantir segurança e previsibilidade para a operação.
Por isso, é importante avaliar diferentes fornecedores, comparar propostas e alinhar claramente as expectativas comerciais, sempre considerando aspectos como qualidade, capacidade produtiva e histórico do parceiro no comércio exterior.
Cálculo dos custos de importação
Os custos de uma importação vão muito além do preço da mercadoria. Para evitar qualquer contratempo ou até mesmo inviabilizar a operação financeiramente, sua empresa deve levantar todos os custos envolvidos, considerando:
- Custos com a contratação de serviço de inspeção de fábrica e/ou inspeção pré-embarque na origem;
- Frete interno no país de origem e destino;
- Frete internacional e contratação de seguro internacional de carga;
- Todos os impostos envolvidos, como o Imposto de Importação (II), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o PIS- Importação, a COFINS-Importação, a Taxa de Utilização do Siscomex (TUS) e o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM);
- Armazenagem alfandegada;
- Taxas portuárias/aeroportuárias;
- Taxas administrativas/aduaneiras;
- Honorários do despachante aduaneiro;
- Custos com taxa de câmbio e taxas bancárias para pagamento do fornecedor internacional.
Saiba que para calcular os custos de sua importação você pode contar com o módulo Pré-custo de Importação do software para Importadores da Gett.
Confirmação de pedido
Após negociar os termos, como preço, prazos, condições de pagamento e especificações do produto, a empresa deve enviar o Purchase Order (Pedido de Compra) e aguardar o exportador confirmar.
Geralmente, o exportador envia uma proforma Invoice para confirmar o pedido, garantindo o alinhamento entre as partes e evitando erros ou divergências futuras.
Ademais, o pedido de compra é um documento base para dar continuidade às etapas seguintes da importação, como a contratação do frete internacional, emissão dos documentos de embarque e solicitação de licenças de importação, quando aplicável.
Análise e aprovação dos documentos de importação antes do embarque
Nessa fase, a empresa deve, antes de mais nada, revisar cuidadosamente todos os documentos e verificar se todas as informações estão corretas, completas e em conformidade com as normas e regulamentos vigentes.
Além disso, uma checagem prévia permite identificar inconsistências ou omissões que, se não forem corrigidas a tempo, comprometem o desembaraço aduaneiro.
Transporte internacional
Se pelo Incoterm negociado, a contratação do frete internacional é de responsabilidade do importador, você deve contratar um prestador de serviço que ofereça a melhor solução logística em termos de tempo, custo e segurança da carga.
Contratação de seguro internacional de carga
Mesmo que o exportador seja responsável pela contratação do seguro internacional, com base no Incoterm negociado, ainda assim, é importante que você contrate um seguro com cobertura adicional com base na mercadoria importada e nos riscos envolvidos na operação, uma vez que, geralmente o exportador costuma contratar seguro com cobertura mínima.
Registro de Declaração Aduaneira
Após ser dada a presença de carga pelo depositário, você ou seu representante legal precisa seguir com o registro da declaração aduaneira, considerando o registro da DI (Declaração de Importação) no Siscomex e o registro da DUIMP (Declaração Única de Importação) no Pucomex quando a operação já começar a ser realizada pelo Novo Processo de Importação (NPI).
Com o registro da declaração aduaneira, acontecerá então o pagamento dos tributos e o início do processo de despacho aduaneiro.
Acompanhamento do processo de despacho e desembaraço aduaneiro
Nesse sentido, a equipe deve acompanhar o processo de despacho e desembaraço aduaneiro com o apoio de um despachante aduaneiro, garantindo que a mercadoria cumpra todas as exigências legais e regulatórias antes da liberação para o mercado interno.
Além disso, essa fase pode envolver a conferência documental e até a conferência física da carga, dependendo do canal de parametrização, sendo:
- Canal Verde: a mercadoria é liberada automaticamente, sem a necessidade da análise documental e/ou inspeção física da carga.
- Canal Amarelo: há a realização da análise documental, e não havendo a constatação de irregularidades a mercadoria é liberada;
- Canal Vermelho: a mercadoria é liberada após a realização da análise documental e a inspeção física da carga, mas desde que não seja constatada alguma irregularidade.
- Canal Cinza: há a realização da análise documental, a inspeção física da carga e a aplicação de procedimentos especiais de controle aduaneiro nos casos em que há indícios de fraude.
Um acompanhamento eficaz evita atrasos, reduz custos desnecessários e mitiga qualquer risco de irregularidades. Além disso, permite maior previsibilidade logística e contribui para que a operação de importação seja concluída com segurança, agilidade e conformidade.
Como evitar erros comuns na importação
Evitar erros comuns na importação exige atenção a três pontos importantes:
- A correta classificação fiscal das mercadorias que influencia diretamente o tratamento administrativo e tributário a ser dado à mercadoria importada;
- A conformidade das operações em relação às normas e regulamentos vigente;
- E um bom planejamento logístico e financeiro, que contribui para uma maior eficiência operacional e ainda garante maior previsibilidade em relação aos custos envolvidos.
Juntos, esses cuidados ajudam a tornar a operação de importação mais segura, econômica e eficiente.
Como a Gett pode ajudar com seus processos de importação
Por isso, a Gett oferece uma solução completa para quem já atua ou quer começar a atuar na importação.
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Além disso, o Gett Pro centraliza e simplifica cada etapa do processo de importação, desde a análise dos custos envolvidos e a elaboração do pedido de compra para o fornecedor internacional até o controle financeiro completo da sua importadora.
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