Neste artigo, iremos abordar as causas das greves portuárias, os motivos que as desencadeiam e os principais países afetados por essas paralisações. Além disso, analisaremos seus impactos e consequências para a economia e o comércio exterior.
Atualmente, o transporte marítimo já é o principal meio utilizado por empresas importadoras e exportadoras. Como resultado, os portos representam pelo menos 90% da movimentação das cargas embarcadas no mundo.
No entanto, algumas situações, como as greves portuárias, têm influenciado diretamente esse setor. Isso porque os portos movimentam inúmeros contêineres diariamente de um lugar para outro. No entanto, devido às greves iniciadas nos últimos meses por essa classe de trabalhadores, várias cargas permanecem paradas nesses recintos.
Greves portuárias: O que são?
As greves portuárias são paralisações realizadas pelos trabalhadores portuários e/ou estivadores. Esses profissionais, responsáveis pela movimentação das mercadorias dentro e fora dos navios, protestam por aquilo que acreditam ser seus direitos e interesses.
Greves portuárias: Por que acontecem?
Como qualquer outro setor, as instalações portuárias não são diferentes. Elas também estão suscetíveis a sofrer com greves e protestos de seus empregados. Isso ocorre, principalmente, devido à grande quantidade de portos e trabalhadores que realizam essas atividades.
Atualmente, existem mais de 4.000 terminais portuários espalhados pelo mundo. Esses terminais impactam significativamente não apenas a logística internacional, mas também as negociações no comércio exterior.
Infelizmente, as greves nos portos têm sido uma realidade. Elas acontecem porque, muitas vezes, os funcionários estão insatisfeitos com as condições de trabalho oferecidas por seus empregadores ou com as leis propostas. Essa situação gera desmotivação entre os trabalhadores e falta de reconhecimento por seu esforço.
Tais protestos ainda podem ocorrer por diversos motivos ou causas que lhes pareçam justa e seja de seus interesses, como:
- busca por melhores condições laborais;
- aumento de salários;
- melhores benefícios;
- reivindicação por questões de segurança;
- ameaça de terceirização de suas atividades;
- precariedade nas relações de trabalho;
- discordância de propostas de lei instituídas etc.
Países que ocorreram greves portuárias
Sabemos que os portos movimentam milhares de contêineres todos os dias em diversos lugares do mundo. Por essa razão, qualquer situação que afete ou prejudique a logística internacional, como uma greve portuária, pode causar um grande impacto nas operações de comércio exterior. Consequentemente, isso pode gerar intenso congestionamento e atrasos nas atividades.
Além disso, esse impacto torna-se ainda mais significativo quando se trata de países influentes, que possuem um grande volume de mercadorias importadas ou exportadas diariamente. Assim, a importância de manter os portos em pleno funcionamento é evidente para o comércio global.
Nos últimos meses, o comércio exterior foi diretamente afetado pelas greves nos portos. Isso ocorreu principalmente devido à adesão de países que operam frequentemente no mercado internacional e, por sua vez, se juntaram ao movimento. Dessa forma, o fluxo dos processos de importação e exportação foi interrompido, causando ainda mais prejuízos.
Leia também: Importação e Exportação – diferenças e como é o processo?
Veja abaixo os principais países onde ocorreram movimentos de greves portuárias ao redor do mundo:
- Estados Unidos;
- Brasil;
- Canadá;
- Europa.
Agora que já conhecemos os principais países envolvidos nas greves portuárias, vejamos os motivos de cada uma delas e os impactos causados.
Greve Portuária nos Estados Unidos
Iniciada em 24 de outubro de 2024, a greve portuária realizada pelos trabalhadores nos portos dos EUA teve duração de 03 dias.
Esta foi considerada a maior greve dos últimos tempos. A Associação Internacional de Estivadores (ILA) informou que contou com a participação de mais de 40.000 trabalhadores. Eles lutaram por reajustes salariais e contra a automação que substitui seus postos de trabalho.
A greve paralisou cerca de 36 instalações portuárias nos EUA, bloqueando toda movimentação logística. Como resultado, os protestos impediram o descarregamento e embarque de navios que transportam desde produtos alimentícios até automotivos.
Sendo os EUA uma economia influente no mundo, esses movimentos podem gerar grande impacto. Eles afetam não apenas a economia do país, mas também a economia global, com atrasos no abastecimento de mercadorias, congestionamento nos portos e aumento da inflação.
Greve Portuária no Brasil
No Brasil, o cenário não tem se mostrado diferente. Os funcionários dos portos também aderiram à greve portuária no dia 22 de outubro de 2024, tendo os protestos duração de 12 horas e a participação de cerca de 60 mil trabalhadores espalhados por todo o país.
Nesse caso, a greve nos portos brasileiros ocorreu devido à discordância dos trabalhadores portuários sobre questões trabalhistas em que estes não estão de acordo com as alterações propostas na Lei dos Portos (Lei 12.815/2013).
Segundo a classe trabalhadora, as leis colocadas não beneficiam o setor e lhes geram prejuízos, como a exclusão do adicional noturno e a retirada dos pagamentos por adicional de risco. Outro ponto que eles também não foram a favor foi acerca da terceirização do serviço de guarda portuária.
Por isso, além do congestionamento e atraso nos portos, também há um grande impacto negativo no agronegócio do país, já que o Brasil é um dos principais países do setor no mundo e responsável por um grande volume de produtos agrícolas exportados.
Todo esse movimento impacta fortemente a economia e a balança comercial brasileira, uma vez que a área do agronegócio representa mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) no país.
Greve Portuária no Canadá
Assim como no Brasil, as greves portuárias do Canadá também foram iniciadas por motivos trabalhistas. Mas nesse caso em especial, a motivação maior foi justamente pela estagnação das negociações realizadas entre trabalhadores e empregadores portuários.
Com a paralisação de 06 terminais portuários e uma greve que durou vários dias, o Canadá sofreu grande prejuízo, especialmente nas exportações de grãos realizadas pelo país.
Podemos ainda destacar que essa greve nos portos foi responsável pela suspensão da entrada de mais de 90 mil toneladas de grãos dentro dos terminais diariamente, impactando fortemente nas operações das cadeias de abastecimento do país.
Greve Portuária na Europa
A União Europeia também aderiu aos protestos e movimentos, sofrendo com a paralisação e atraso na entrega de mercadorias nas instalações portuárias.
A principal reclamação dos trabalhadores foi por aumentos e ajustes salariais, alegando que o custo de vida na Europa aumentou nos últimos anos e os seus salários não estão compatíveis com essa realidade.
Por essa razão, impactos comerciais e econômicos também foram causados em diversos países da Europa, gerando, além de atrasos na cadeia de suprimentos, um maior aumento nos custos de transporte.
Gerenciamento de Riscos: A Chave para Enfrentar Desafios no Comércio Exterior
Mesmo com todo o avanço no mundo dos negócios, sabemos que inúmeros são os riscos e desafios enfrentados pelas empresas que importam e exportam suas mercadorias, como por exemplo, as greves nos portos que ocorreram em todo o mundo.
Infelizmente, uma situação como essa afeta drasticamente não apenas a economia do próprio país como a economia em escala mundial. Isso devido as grandes consequências geradas, como o aumento nos preços dos produtos, congestionamentos dos portos, instabilidade no mercado cambial, atraso na entrega das mercadorias, etc.
A verdade é que nenhum importador ou exportador saberá quando sua carga estará sujeita a uma greve portuária, como temos lido nas últimas notícias. No entanto, é de extrema importância que tais organizações trabalhem com o gerenciamento de riscos em suas operações de comércio exterior, já que atendem os mais diversos tipos de demandas e exigências dos mercados globais.
Leia também: Gerenciamento de Riscos no Comércio Exterior –
05 passos para torná-lo eficiente
Por mais que uma greve seja uma variável incontrolável para as empresas atuantes no comércio exterior, com o gerenciamento de risco, sua operação pode ter alguns impactos minimizados, evitando assim, custos excessivos e desnecessários na operação.
Portanto, para que a sua importação e/ou exportação seja bem sucedida, a Gett possui um sistema de gestão em Comércio Exterior que visa auxiliar todo o gerenciamento de risco da sua operação.
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