Como evitar erros comuns no cálculo do custo de importação
8 min

Como evitar erros comuns no cálculo do custo de importação

O cálculo do custo de importação é essencial para garantir a viabilidade das operações de importação. No entanto, erros nesse processo são comuns e podem comprometer a previsão financeira, aumentar os custos e reduzir a competitividade da empresa.

Portanto, evitar erros comuns no cálculo do custo de importação exige planejamento, conhecimento tributário e atenção a todos os detalhes envolvidos na operação.

Neste texto, abordaremos os erros mais frequentes e, consequentemente, como evitá-los!

Como evitar erros comuns no cálculo do custo de importação

Não classificar corretamente a mercadoria importada

Cada produto importado tem o seu respectivo código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) que define, além do tratamento administrativo, as alíquotas dos tributos incidentes na operação.

Uma classificação fiscal incorreta pode resultar no recolhimento indevido dos impostos.

Para evitar este tipo de problema:

  • Consulte a tabela NCM atualizada;
  • Conte com o auxílio de um especialista em classificação tarifária sempre que for preciso;
  • Faça uso de softwares/plataformas que auxiliam na avaliação da classificação fiscal de mercadorias.

Com a Gett você pode ter acesso ao módulo TEC Avançada do Gett Pro, nosso software para importadores, comerciais importadoras e trading companies, para avaliar com maior precisão a classificação fiscal de mercadorias importadas.

Módulo TEC Avançada do Gett Pro

Não considerar todos os custos envolvidos na operação

Muitos importadores cometem o erro de calcular apenas o preço do produto e o frete internacional, ignorando diversas outras despesas.

Porém, para evitar esse problema, é importante incluir os seguintes custos, além do valor do produto adquirido no exterior:

Despesas…

Na Origem:

  • Inspeção de fábrica e inspeção pré-embarque;
  • Estufagem de contêiner (quando aplicável);
  • Consolidação de carga na origem (quando aplicável);
  • Fumigação de caixas/pallets de madeira (quando aplicável);
  • Custos com emissão de conhecimento de embarque;
  • Transporte interno.

Na Logística internacional:

  • Frete internacional
  • Seguro de transporte internacional

No Destino:

  • Tributos, incluindo Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS-Importação, Cofins-Importação, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
  • Taxa de Utilização do Siscomex (TUS);
  • AFRMM – Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (quando aplicável);
  • Taxas portuárias/aeroportuárias;
  • Armazenagem alfandegada em recinto de zona primária ou secundária;
  • Honorários do despachante aduaneiro
  • Direitos antidumping (se aplicável);
  • Medidas de salvaguarda (se aplicável);
  • CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (quando aplicável);
  • Desconsolidação de BL (quando aplicável);
  • Remoção de carga da zona primária para a zona secundária (quando aplicável);
  • Desova de contêiner (quando aplicável);
  • Emissão de Licença de Importação (quando aplicável);
  • Emissão de certificações específicas (quando aplicável);
  • Registro de produtos específicos junto à órgãos reguladores (quando aplicável);
  • Frete interno;
  • Taxas de câmbio e tarifas bancárias; entre outros.

Aqui cabe um comentário importante. De acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), os gastos com logística no Brasil representaram 18%,4% do PIB do país em 2023, sendo o maior número já registrado desde o início do estudo, em 2004. Só esse levantamento comprova que nenhum custo deve ser ignorado pelo importador.

Saiba que com o Gett Pro, nosso sistema de comércio exterior, você tem acesso ao módulo “Pré-custo de Importação” para que você possa simular os custos da importação de suas mercadorias com precisão através do banco de dados de alíquotas de NCMs atualizado periodicamente para garantir a segurança nos cálculos.

Módulo Pré-custo de importação do Gett Pro

Erros no cálculo do ICMS

O ICMS é um tributo estadual e um dos mais complexos na importação. O cálculo do ICMS é feito “por dentro”, ou seja, o ICMS é incluído na própria base de cálculo.

Um erro comum é não considerar esse detalhe, o que leva a uma subestimação do custo total. Além disso, outro grande erro é não considerar todos os custos em sua base de cálculo. Vale ressaltar que o cálculo do ICMS é feito sobre o valor aduaneiro da mercadoria (valor do produto + frete internacional + seguro), acrescido de todos os impostos, taxas e contribuições incidentes na operação, além de quaisquer outras despesas aduaneiras efetivamente pagas até o momento do desembaraço aduaneiro da mercadoria importada, incluindo o próprio ICMS.

Portanto, para calcular corretamente o ICMS, o importador pode usar a seguinte fórmula:

ICMS = [(Valor Aduaneiro + II + IPI + outros impostos, taxas e contribuições + Despesas Aduaneiras) / (1 – Alíquota do ICMS)] x Alíquota do ICMS

Ignorar a variação cambial

Ignorar a variação cambial é um dos erros mais comuns e potencialmente prejudiciais no cálculo do custo de importação.

No comércio internacional, o câmbio afeta diretamente o preço final da mercadoria. Muitas empresas fecham contratos sem considerar que o dólar pode oscilar entre a data da formalização do pedido de compra junto ao fornecedor internacional até a data do pagamento realizado pela mercadoria adquirida.

Mesmo pequenas variações podem ter um impacto significativo, principalmente em operações de grande volume ou com mercadorias de alto valor. O importador que não considera a volatilidade cambial pode basear seus cálculos em uma cotação favorável no momento da compra, mas acabar pagando mais caro no momento da liquidação da fatura, corroendo seus ganhos e dificultando a precificação do produto.

Além do impacto direto no preço da mercadoria, a variação cambial também influencia outros custos, como o frete internacional e os tributos envolvidos, já que eles são calculados sobre o valor aduaneiro da mercadoria importada (valor do produto + frete internacional + seguro).

Se a cotação da moeda estrangeira subir, os impostos aumentam proporcionalmente, elevando o custo total da importação. O mesmo acontece com o frete internacional e demais serviços cotados em dólar ou em outra moeda estrangeira.

Para mitigar os riscos cambiais, é fundamental que os importadores adotem ferramentas de Hedge Cambial, como contratos a termo, prevendo margens de segurança nos preços. Além disso, acompanhar as tendências do mercado de câmbio e contar com assessoria especializada pode fazer a diferença.

Subestimar o tempo de liberação aduaneira

Muitas vezes, os importadores concentram seus cálculos nos custos diretos, como frete, seguro, tributos e taxas portuárias/aeroportuárias, mas ignoram o impacto que um desembaraço demorado pode ter no fluxo de caixa da empresa ao gerar custos extras na operação de importação.

A liberação aduaneira pode ser influenciada por diversos fatores, como exigências documentais, fiscalização de órgãos anuentes e capacidade operacional das alfândegas.

A demora para obtenção do desembaraço aduaneiro da mercadoria importada pode gerar custos adicionais com armazenagem alfandegada prolongada e Demurrage de contêiner, bem como despesas com ajustes de documentação.

Outro ponto crítico é a falta de um planejamento adequado considerando cenários realistas. Empresas que fazem estimativas otimistas demais sobre o tempo de liberação das mercadorias acabam sendo surpreendidas por períodos de pico nos portos e aeroportos, exigências inesperadas por parte dos Auditores-Fiscais da Receita Federal e de órgãos anuentes para produtos específicos. Nesses casos, a falta de preparação pode significar não apenas custos mais altos, mas também até a inviabilidade da operação.

Para evitar esse erro, é essencial que os importadores adotem uma abordagem mais estratégica no cálculo do custo de importação. Isso inclui a análise histórica dos prazos médios de desembaraço aduaneiro, o monitoramento constante das normas e regulamentos aduaneiros e a construção de um cronograma realista que contemple margens para eventuais atrasos.

Além disso, contar com um despachante aduaneiro experiente e utilizar soluções tecnológicas para controlar cada etapa do processo de importação pode fazer a diferença na otimização do processo e na redução de custos inesperados.

Conte com o Gett Pro para o total controle de suas operações de importação

Nossa solução foi desenvolvido para você, importador, e oferece tecnologia de ponta para simplificar e otimizar cada etapa do seu processo de importação, garantindo mais eficiência, segurança e transparência.

Desde a simulação dos custos da sua importação, com o Gett Pro você tem o controle total de suas operações, o que auxilia na redução de custos e evita imprevistos.

Com o Gett Pro, sua importação fica mais ágil, estratégica e competitiva.

Transforme sua forma de controlar suas importações. Entre em contato conosco e agende uma demonstração do Gett Pro!

Compartilhar

Jonas Vieira

Jonas é graduado e pós-graduado em Comércio Exterior, atua desde 2007 com foco em importação na indústria e comércio, e desde 2018 produz conteúdo sobre a área. É apresentador do podcast Invoice Cast e Co-Fundador da Invoice Content, agência de marketing que atende unicamente empresas de comércio exterior.

Conheça o melhor sistema comex do mercado