Cada vez mais o Comércio Exterior tem feito parte não só das grandes empresas, mas da rotina das pessoas e de companhias de diversos tamanhos. As suas operações exercem papel importante na economia mundial, independentemente dos tipos de importação ou exportação empregados.
Partindo desta realidade, podemos observar que entender, mesmo que superficialmente, a dinâmica do comércio internacional de mercadorias e as peculiaridades do processo de nacionalização pode trazer uma vantagem competitiva significativa no momento de fechar negócios com um exportador em potencial.
A seguir vamos discutir os tipos de importação disponíveis no Brasil e os principais pontos que podem influenciar a sua decisão no momento de fechar um negócio com parceiros internacionais, bem como evitar problemas e prejuízos ao longo da operação.
O que é importação?
De maneira geral, importação é o ingresso em solo nacional de uma mercadoria proveniente de outros países. Em outras palavras, quer dizer que uma empresa ou pessoa realizou a compra de produtos fabricados no exterior e formalizou esta transação por meio da nacionalização da mercadoria, caracterizando assim uma importação.

Apesar da simplicidade teórica, há diferentes tipos de importação que precisam ser compreendidos para não transformar um bom negócio em um problema demorado e complexo de ser resolvido.
A princípio pode-se dividir o processo de importação em informal e formal. A primeira é limitada ao modal aéreo e ao valor de US$ 3.000,00, assim como a quantidade de itens importados também é restrita. Já a importação formal é destinada a quantidades e valores que ultrapassam as limitações citadas anteriormente.
Quais são os tipos de importação existentes no Brasil?
Dentro da modalidade de importação formal há três tipos definidos, a saber:
- própria ou direta;
- por conta e ordem de terceiros;
- por encomenda.
Para que você continue a entender mais sobre os tipos de importação realizados no Brasil, apontaremos as peculiaridades e funcionamento de cada modalidade.
Importação própria ou direta
Também conhecida por Importação por Conta Própria ou simplesmente Direta, tem como característica principal a centralização da operação de importação pela própria empresa. Ou seja, a própria companhia é responsável pelo Despacho Aduaneiro da mercadoria, além dos recursos financeiros para o pagamento das despesas de frete, armazenagem, impostos e logística em geral.

Este tipo de importação é comum em empresas que possuem um fluxo regular de operações e optam por controlar internamente os custos decorrentes das suas importações.
Em contrapartida, além de imobilizar parte dos recursos financeiros da empresa nos custos da operação de nacionalização, a importação direta exige habilitação no RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros). Em síntese, este é um registro feito junto à Receita Federal do Brasil (RFB) que permite a atuação da empresa no Comércio Exterior.
Além disso, é imprescindível que a empresa tenha know-how dos trâmites legais e aduaneiros do processo de importação.
Importação por Conta e Ordem de Terceiros
Este tipo de importação envolve uma terceira empresa na operação: o contratante é o adquirente e a entidade terceira é o importador.
Na prática, a empresa interessada no produto oriundo do exterior contrata uma Trading Company. De forma simplificada, esta é uma empresa intermediária, devidamente habilitada no RADAR, que tem como principal característica o conhecimento aprofundado e prático de todo o processo de importação.
Neste caso, tanto o adquirente quanto o importador dividem as responsabilidades legais da importação, vinculando seus CNPJs à documentação exigida no processo. Contudo, o adquirente não precisa de expertise na operacionalização da importação, se limitando ao compromisso de disponibilizar os recursos financeiros para a aquisição, transporte e despesas com o Desembaraço Aduaneiro da sua mercadoria.
Dependendo da estratégia da empresa, este pode ser um ponto negativo, pois ainda assim é preciso reservar parte do caixa para a importação. A principal vantagem dessa modalidade, entre os demais tipos de importação, é a economia de tempo e de recursos na burocracia habitual dos processos.
Importação por Encomenda
Este último modelo de importação centraliza toda a operação e responsabilidade na Trading Company. Ou seja, além de garantir a conformidade das exigências legais ela também arca com os custos de aquisição do produto, transporte, armazenagem e nacionalização.

Sendo assim, a empresa interessada em adquirir uma mercadoria do exterior fecha um contrato com a Trading Company, comprometendo-se a comprar a mercadoria importada por ela ao final do Desembaraço Aduaneiro.
Assim como os tipos de importação anteriores, a importação por encomenda oferece vantagens ao comprador. Por exemplo, melhora o fluxo de caixa ao utilizar os recursos da Trading Company até o recebimento da mercadoria nacionalizada, com nota fiscal emitida e pronta para a comercialização.
Por outro lado, demanda bastante atenção no momento da negociação da prestação do serviço, pois há exposição a riscos para as duas partes. Seja para a Trading Company, que utiliza integralmente o seu capital para efetuar a operação, como para o comprador, que se compromete a adquirir o produto por um valor determinado e acordado antes mesmo do início do processo.
De qualquer modo, este tipo de importação é reconhecido pela RFB e os riscos podem ser mensurados ao analisar a capacidade econômica de ambas as partes envolvidas na importação por encomenda.
Escolha corretamente entre os tipos de importação para sua empresa
Como pudemos observar há formas diferentes de importar, e cada uma delas possui vantagens e características próprias. De modo geral exigem do profissional preparo e conhecimento para orientar a implementação de estratégias e, sobretudo, a tomada de decisões.
Conhecer os principais tipos de importação e como eles podem afetar os resultados da sua empresa é um excelente ponto de partida. Uma vez que o Comércio Exterior vai muito além do “trato feito” com o fornecedor.
É importante compreender que pode haver situações em que uma negociação inicialmente atraente pode se transformar em prejuízo ao longo do processo. Isso depende do tipo de produto, condições de transportes, alíquota dos impostos e demais custos de importação.
Por isso, dependendo do tamanho e objetivos da empresa, escolher o melhor tipo de importação para a sua operação pode fazer toda a diferença.
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