Antes de tudo, você sabe quais são os principais produtos importados pelo Brasil? E mais, sabe quanto o Brasil importa de cada um desses produtos?
O Brasil encerrou o ano de 2023 com resultado recorde em sua balança comercial, apresentando um superávit de US$98,9 bilhões, resultado das exportações, que totalizaram US$339,7 bilhões, e das importações, que totalizaram US$240,8 bilhões.
Além do recorde na série histórica, o saldo comercial registrou um aumento de 60,6% em relação ao ano de 2022.
Ao longo deste texto vamos nos concentrar nas importações brasileiras e, mais especificamente, nos principais produtos importados pelo Brasil.
Dito isso, vamos ao que interessa? Continue a leitura abaixo.
Quais os principais produtos importados pelo Brasil nos últimos tempos?
Conforme vimos, entre os meses de janeiro e dezembro de 2023, o Brasil importou um total de US$240,8 bilhões. Esse valor representa uma queda de -11,7% em relação ao registrado em 2022.
A partir desse valor, vamos apresentar em ordem crescente os principais produtos importados pelo Brasil.
Antes de qualquer coisa, importante dizer que todos os dados contidos aqui foram extraídos do site oficial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Comex Vis) sobre Comex e correspondem ao total dos doze meses de 2023.
1º – Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos)
Na primeira posição de nosso ranking temos a categoria “óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos”), que corresponde a 7,2% de todas as importações brasileiras.
Foram 21,7 bilhões de toneladas importadas a um valor de US$17,3 bilhões, com uma queda de -26% em comparação a 2022.
Os principais países de origem desse produto foram:
- Rússia (US$5,3 bilhões);
- Estados Unidos (US$4,8 bilhões);
- Países Baixos (Holanda) (US$1,38 bilhão);
- Espanha (US$938 milhões); e
- Emirados Árabes Unidos (US$991 milhões).
Essa categoria abrange tanto o óleo combustível derivado de petróleo (pesado ou residual), como os minerais betuminosos. A saber, dois exemplos comuns são o asfalto e o alcatrão.
2º – Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos)
A categoria “adubos ou fertilizantes químicos”, segunda colocada, corresponde a 6,1% do total de importações brasileiras.
Em 2023 foram 40,9 bilhões de toneladas importadas e um valor de US$14,6 bilhões, com uma redução de -41% em relação a 2022.
Os principais países de origem desse produto foram:
- Rússia (US$3,5 bilhões);
- Canadá (US$1,95 bilhão);
- China (US$1,63 bilhão);
- Marrocos (US$1,20 bilhão); e
- EUA (US$671 milhões).
Os adubos são produtos feitos de materiais orgânicos e substâncias encontradas na natureza, enquanto os fertilizantes são produzidos em laboratório a partir de diferentes produtos químicos. Ambos os produtos são indicados, principalmente, para solos pouco nutritivos para o plantio.
3º – Demais produtos – Indústria de Transformação
Em seguida temos “Demais produtos – Indústria de Transformação”, representando 4,5% de todas as importações brasileiras.
Entre janeiro e dezembro de 2023 foram importados um total de US$10,8 bilhões, registrando uma queda de -1,61% em comparação a 2022.
Fazem parte dessa categoria insumos que são utilizados na produção de produto intermediário ou produto final.
4º – Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores
No top 4, temos as válvulas e tubos termiônicas, dispositivos eletrônicos que contêm elementos metálicos, e os diodos, um semicondutor feito de materiais utilizados em chips.
Essa categoria é responsável por 3,8% das importações brasileiras, com 996,9 mil toneladas e um valor de US$9,1 bilhões, registrando uma queda de -21% comparado a 2022.
Dentre os principais países exportadores temos:
- China (US$5,4 bilhões);
- Coréia do Sul (US$1,093 bilhão);
- Taiwan (Formosa) (US$990 milhões);
- Vietnã (US$560 milhões); e
- Malásia (US$274 milhões).
5º – Partes e acessórios dos veículos automotivos
Fechando o nosso top 5, temos as partes e acessórios dos veículos automotivos, representando 3,0% de todas as importações brasileiras.
Entre janeiro e dezembro de 2023 foram 795,7 mil de toneladas, a um valor de US$7,3 bilhões, representando uma queda de -3,84% em relação ao ano de 2022.
Os principais países de origem desses produtos foram:
- China (US$1,016 bilhão);
- Japão (US$938 milhões);
- Alemanha (US$703 milhões);
- México (US$694 milhões)
- Estados Unidos (US$572 milhões).
Fazem parte dessa categoria as peças e os acessórios que são utilizados tanto para conserto como para fabricação de automóveis.
Quais são os principais Estados importadores do Brasil?
Agora chegou a hora de conferir os cinco principais estados importadores do nosso país.
Você poderá observar que o ranking estadual não segue integralmente o ranking nacional, mas algumas categorias de produtos se repetem.
Assim como com os produtos, todos os dados apresentados aqui correspondem ao período entre janeiro e dezembro de 2023 e foram retirados do site Comex Vis.
1º – São Paulo
O principal estado na balança comercial brasileira é São Paulo, ocupando o primeiro lugar não só nas importações, mas também nas exportações.
Quanto às importações, foram US$71,8 bilhões ao longo do ano de 2023. Representando, desse modo, uma queda de -12% em comparação com 2022 e 29,81% das importações do país.
Em primeiro lugar temos a categoria “compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucleicos e seus sais, e sulfonamidas”, com 5,9%.
Em seguida vemos “demais produtos – indústria de transformação” (4,8%) e “partes e acessórios dos veículos automotivos (4,7%)”.
Os países dos quais São Paulo mais importa são: China (US$14,5 bilhões), EUA (US$12,6 bilhões), Alemanha (US$6,1 bilhões), Índia (US$2,6 bilhões) e Japão (US$2,5 bilhões).
2º – Santa Catarina
Santa Catarina, na segunda posição, detém 11,95% do total de importações: de janeiro até dezembro de 2023 foram US$28,8 bilhões importados, com uma queda de -0,8% em comparação com 2022.
Quantos aos produtos, a categoria líder engloba “demais produtos da indústria da transformação” (4,7%), seguido do “cobre” (3,9%), “válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores” (3,3%) e “adubos ou fertilizantes químicos (excetos fertilizantes brutos)” (2,8%).
Desses produtos, um valor de US$11,7 bilhões é oriundo da China, seguido dos EUA (US$2,1 bilhões), Chile (US$1,80 bilhão), Argentina (US$1,58 bilhão) e Alemanha (US$1,27 bilhão).
3º – Rio de Janeiro
Logo após aparece o Rio de Janeiro que, coincidentemente, ocupa a terceira posição tanto nas importações como nas exportações.
Quanto às importações, o estado é responsável por 10,73% do total brasileiro. Foram registrados US$25,8 bilhões, 2,0% a mais que o mesmo período de 2022.
Além disso, dentre os produtos, a categoria “motores e máquinas não elétricos, e suas partes (exceto motores e pistão e geradores)” lidera o ranking, representando 23% do total.
Em seguida temos “óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus” (11%) e “carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado,” (4,9%).
Quanto aos países de origem, a lista começa com EUA (US$7,7 bilhões) e segue com Arábia Saudita (US$1,97 bilhão), França (US$1,87 bilhão), China (US$1,73 bilhão) e Alemanha (US$1,39 bilhão).
4º – Paraná
Na quarta posição temos o estado do Paraná, responsável por 7,55% das importações brasileiras, com um valor de US$18,2 bilhões, com uma queda de -18,8% comparado a 2022.
A saber, a principal categoria de produtos que chega ao estado é “adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos)”, com 12%.
Logo após, temos “óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (excetos óleos brutos)” (11%) e “partes e acessórios dos veículos automotivos” (6,7%).
Os principais países de origem dos produtos são: China (US$4,1 bilhões), seguida da Rússia (US$1,77 bilhão), Estados Unidos (US$1,71 bilhão), Argentina (US$1,15 bilhão) e Alemanha (US$906 milhões).
5º – Minas Gerais
Nosso top 5 se encerra com Minas Gerais, com um valor de US$15,5 bilhões em importações no período abordado. Uma queda de -11,8% em comparação a 2022, uma vez que o estado é responsável por 6,43% de todas as importações brasileiras.
A categoria principal é “adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos)”, com 8% do valor total. Em seguida há “veículos automóveis de passageiros ”, com 6,5%, e “válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores”, com 5,1%.
Sendo assim os principais países de origem dos produtos são: China (US$4 bilhões), Estados Unidos (US$2 bilhões), Argentina (US$1,46 bilhão), Itália (US$738 milhões) e Alemanha (US$569 milhões).
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Pois então, você imaginava que esses seriam os principais produtos importados pelo Brasil?
Só informação de ouro neste artigo, não é mesmo? Continue acompanhando os conteúdos da Gett para ficar por dentro dos principais assuntos do comércio exterior!