É difícil imaginar as economias dos países caminhando de forma isolada, e a integração econômica é um tema cada vez mais presente nas discussões globais. Nesse sentido, os principais blocos econômicos do mundo assumem um papel fundamental no cenário internacional, estabelecendo relações comerciais, acordos políticos e reduzindo barreiras tarifárias, contribuindo para a ampliação do comércio entre seus membros.
A integração econômica promovida pelos principais blocos econômicos tem o potencial de gerar benefícios significativos para os países membros, como o aumento do comércio, a ampliação dos mercados, a criação de novas oportunidades de negócios e a melhoria do bem-estar da população.
Participar em um bloco econômico também pode apresentar vários desafios e riscos, como a dependência excessiva de determinados parceiros comerciais e a vulnerabilidade a choques externos, como crises econômicas e flutuações cambiais.
Entenderemos neste artigo o que são os blocos econômicos, como eles surgiram, quais são os principais blocos e os desafios e perspectivas futuras.
O que são blocos econômicos?
Blocos econômicos são organizações internacionais formadas por países que buscam estreitar relações comerciais e integrar suas economias. Os blocos surgem com o objetivo de facilitar a troca de bens e serviços entre seus membros, além de reduzir barreiras comerciais, como impostos e tarifas alfandegárias.
Os blocos econômicos são classificados de diferentes formas, dependendo de suas características e objetivos. Entre os principais tipos de blocos econômicos estão a zona de livre comércio, a união aduaneira, o mercado comum e a união econômica e monetária.
Na zona de livre comércio, os países membros estabelecem a redução ou eliminação de tarifas alfandegárias e não alfandegárias, para os produtos e serviços comercializados entre eles. No entanto, cada país ainda mantém sua própria política comercial em relação a países que não fazem parte do acordo.
Já na união aduaneira, além da redução ou eliminação de tarifas alfandegárias, os países membros estabelecem uma tarifa externa comum para produtos importados de países fora do bloco. Isso significa que todos os países membros cobram a mesma tarifa sobre as importações de produtos de outros países.
No mercado comum, além da livre circulação de bens e serviços entre os países membros, também é permitida a livre circulação de pessoas, serviços e capitais. As pessoas e empresas dos países membros podem se deslocar livremente e oferecer seus serviços e produtos em qualquer país do bloco.
Para ocorrer a união econômica e monetária, além de todas as etapas anteriores, é estabelecida uma moeda comum entre os países membros, com a mesma política monetária e cambial.
Por que surgem os blocos econômicos?
Os blocos econômicos surgem para promover a integração econômica entre países que têm interesses comuns. Esses interesses variam, desde a necessidade de ampliar o comércio, de proteger os mercados internos, de aumentar a competitividade das empresas, de reduzir a dependência de determinados fornecedores, entre outros.
Além disso, os blocos econômicos podem ser uma resposta a mudanças no cenário econômico global, como a liberalização do comércio e as novas tecnologias.
Os blocos econômicos também podem surgir como uma forma de reduzir a instabilidade econômica e política em regiões específicas. Em alguns casos, a integração econômica pode ajudar a promover a paz e a estabilidade, ao criar laços mais fortes entre os países membros e reduzir os riscos de conflitos.
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Sendo assim, a formação de blocos econômicos pode ser impulsionada por fatores políticos e estratégicos. Em alguns casos, os países podem buscar a integração regional como forma de ampliar sua influência na região e no mundo, aumentando sua capacidade de negociação em temas como comércio, segurança, meio ambiente e direitos humanos.
Quais são os principais blocos econômicos?
Vamos conhecer os principais blocos econômicos do mundo? Listamos os principais logo abaixo:
União Europeia
É um bloco econômico e político composto por 27 países europeus, criado com o objetivo de promover a integração econômica e política entre seus membros. A UE tem uma moeda comum, o euro, e um mercado único, que permite a livre circulação de bens, serviços, pessoas e capital entre os países membros.
USMCA (Antigo NAFTA)
USMCA (United States-Mexico-Canada Agreement) é um acordo comercial trilateral que substituiu o NAFTA (North American Free Trade Agreement), que estava em vigor desde 1994.
O USMCA foi assinado em novembro de 2018 e entrou em vigor em julho de 2020, após ter sido ratificado pelos governos dos três países membros.
O acordo modernizou e expandiu o comércio na América do Norte, ao mesmo tempo em que reforçou as proteções trabalhistas e ambientais. Entre as principais mudanças em relação ao NAFTA, estão a exigência de que uma porcentagem maior de peças de automóveis seja produzida na região, a criação de novas regras de origem para produtos como lácteos, frangos e ovos, e a inclusão de capítulos sobre propriedade intelectual e comércio digital.
Mercado Comum do Sul
O bloco econômico composto por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela (que está atualmente suspensa desde 2017), foi criado com o objetivo de promover a integração econômica entre os países membros, através da redução de tarifas e da harmonização das políticas econômicas.
A discussão é antiga mas o Mercosul ainda não conseguiu evoluir de um mercado comum para uma união econômica e monetária.
Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)
O bloco econômico composto pelos países do sudeste asiático, incluindo Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Camboja, Laos, Mianmar e Vietnã. A ASEAN tem como objetivo promover a integração econômica entre os países membros, através da redução de tarifas e da harmonização das políticas econômicas.
Acordo Transpacífico (TPP)
O acordo comercial entre países da Ásia-Pacífico, incluindo Estados Unidos, Japão, Austrália, Canadá, Chile, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnã, Malásia e Brunei.
O TPP tem como objetivo reduzir as barreiras comerciais entre os países membros e estabelecer normas comuns para o comércio internacional. É visto por especialistas como uma reação ao crescimento econômico chinês. Se o TPP obtiver sucesso, deverá limitar a influência da China na Ásia e diminuir a dominação dos produtos chineses no mercado global.
União Africana
A Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC) foi instituída em 1992 para estabelecer paz e segurança na região.
O bloco tem planos de criar um mercado comum, mas ainda está no estágio de livre comércio.
Desafios e perspectivas futuras
Com as recentes tensões geopolíticas no Oriente, guerras entre países e guerras civis, os blocos econômicos terão grandes desafios para superar nos próximos anos.
Todos esses conflitos acabam dificultando o comércio, desregulando a cadeia de suprimentos e trazendo consequências graves como o aumento do protecionismo e divergências internas entre países membros do mesmo bloco.
Enquanto alguns países podem aplicar sanções, é, ao mesmo tempo, muito difícil aplicar sanções contra blocos econômicos inteiros.
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No entanto, os blocos econômicos também têm perspectivas futuras interessantes. A integração econômica pode ajudar os países membros a se tornarem mais competitivos no cenário global, permitindo-lhes acesso a novos mercados, tecnologias e investimentos.
Por fim, os blocos econômicos podem ajudar a promover a paz e a estabilidade em regiões específicas, ao criar laços mais fortes entre os países membros e reduzir os riscos de conflitos.
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