Entra ano, sai ano, e o Comércio Exterior não para! O Brasil, inclusive, vem periodicamente registrando novos recordes de movimentação de cargas, tanto nas importações como nas exportações. O avanço tecnológico, os processos de desburocratização e a criação de novos acordos internacionais são alguns dos fatores que vêm ajudando o Brasil a alavancar os resultados e poder se tornar cada vez mais presente na cadeia logística internacional.
Nessa reta final do ano, as empresas já estão de olho em 2023 e, com isso, surgem muitas dúvidas acerca do que está por vir. Afinal, restam as perguntas: Quais são as perspectivas para o Comércio Exterior em 2023? E como utilizar essas previsões a favor da sua empresa?
Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado; logo, é importante se atentar a todas as mudanças que ocorrem no exterior, visto que decisões de âmbito nacional impactam rapidamente o contexto político e econômico global, como em um efeito dominó. Desse modo, para entender melhor as perspectivas em relação ao Comércio Exterior no novo ano que terá início em poucas semanas, é essencial refletir sobre o contexto interno e externo e tudo que neles vem ocorrendo.
O Brasil, por exemplo, passará por uma transição no governo federal, com a posse de um novo presidente em 1º de janeiro de 2023. Essa mudança já vem impactando todo o mercado, desde a apuração dos votos, com a oscilação do real frente ao dólar, as dúvidas sobre as novas medidas de protecionismo ou liberalismo econômico a serem tomadas, os investimentos estrangeiros no Brasil, e muito mais.
Para melhor compreensão sobre como essa transição no governo irá impactar a política externa e o Comércio Exterior brasileiro, leia também esse nosso artigo!
Em um contexto geral, é importante analisar dois fatos que marcaram e ainda impactam negativamente o comércio global nos últimos tempos: a pandemia de Covid-19 e a invasão da Rússia ao território ucraniano no início deste ano. Em ambas as situações, a logística internacional sentiu rapidamente os efeitos, com a consequente disparada no valor do frete marítimo, a escassez de contêineres para importação ou exportação, a inflação que tomou conta de diversos países – até mesmo impactando economias bem consolidadas como a dos países europeus e dos Estados Unidos –, a queda do euro perante o dólar, a falta de diversos insumos no mercado, cujas exportações eram lideradas pela Rússia e Ucrânia, a crise de energia na Europa, dentre outras.
No entanto, em busca de amenizar a situação e pensar nas perspectivas do comércio exterior para 2023, é ideal pontuar que apesar de toda essa crise global, muitas mudanças positivas já podem ser notadas no Brasil e no mundo, como na questão do frete marítimo, cujos valores estão em queda no decorrer deste ano, embora tivesse atingido valores recordes em 2021; assim também, a dificuldade para encontrar contêineres já não é mais um problema no Comércio Exterior, atualmente.
O Comércio Exterior brasileiro perante o resto do mundo
O Brasil é considerado um país emergente, ou seja, nossa economia ainda está em processo de aceleração; no geral, a população vive em um padrão de vida entre baixo e médio, nossa base industrial está em desenvolvimento e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia entre médio e elevado. Assim como o Brasil, países como Rússia, Índia, China e África do Sul recebem a mesma denominação, compondo, dessa forma, o grupo conhecido como BRICS.
Em relação ao Comércio Exterior, o Brasil ainda possui um longo percurso a ser percorrido, a fim de se estabelecer dentre os grandes players desse ranking, cabendo ao setor público desenvolver novos projetos e acordos que tornem as importações e exportações mais eficientes e menos onerosas, e consequentemente propiciando que as empresas brasileiras disputem com maior paridade no cenário internacional.
Atualmente, segundo dados divulgados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil ocupa a 25ª colocação dentre os principais exportadores mundiais e a 27ª colocação no ranking dos maiores importadores, com participações de 1,3% e 1,2%, respectivamente.
Principais segmentos com crescimento nas exportações
Mensalmente, o Ministério da Economia divulga os dados da balança comercial brasileira, trazendo diversas informações sobre as importações e exportações do período, a corrente de comércio, o desempenho de cada setor e dos países, além da participação dos estados brasileiros nessas transações. A análise desses dados é essencial para entender o andamento da economia brasileira frente aos demais países e para servir como ótimo parâmetro para que importadores e exportadores consigam traçar estratégias de acordo com os dados disponibilizados.
A atualização mais recente indica que em 2022 as exportações brasileiras já avançaram cerca de 20% em relação a 2021, sendo o setor agropecuário o principal destaque, com alta de 37% nos embarques realizados. Enquanto isso, a indústria de transformação registrou alta de 28,6% e a indústria extrativa registrou queda, com diminuição de 7% nas exportações.
Principais segmentos com crescimento nas importações
Nas importações brasileiras, o principal destaque do ano de 2022 foi da indústria extrativa, que registrou alta de 75,5% até o mês de novembro, puxado pelo aumento da demanda brasileira de óleos brutos de petróleo, carvão e gás natural.
A receita obtida com as importações de óleos brutos de petróleo cresceu mais de 135% nesse período, sendo a Arábia Saudita e os Estados Unidos os principais fornecedores. Em relação ao carvão, a alta registrada nas importações brasileiras foi de 113%, sendo a Austrália e os Estados Unidos os principais exportadores. Por fim, o gás natural também contribuiu para o crescimento das importações brasileiras, registrando um aumento de 23,3%, cujas principais origens foram os Estados Unidos e a Bolívia.
Além da indústria extrativa, as importações da indústria de transformação e do setor agropecuário também registraram alta, de 23,9% e 6,3%, respectivamente.
Fretes internacionais marítimos e aéreos
Cerca de 90% das importações e exportações globais são realizadas através do modal marítimo, sendo ele uma ótima opção para quem precisa transportar grandes volumes, não possui tanta urgência e pretende economizar.
Já o modal aéreo é o preferido dos importadores e exportadores que lidam com produtos de alto valor agregado, precisam de urgência e transportam, principalmente, pequenos volumes. Durante a pandemia, o modal aéreo foi de extrema relevância, pela sua agilidade e também por ter se tornado uma opção a quem desejasse driblar a escassez de contêineres e o alto valor que o frete marítimo alcançou.
Para saber mais sobre os diferentes modais aéreos e a importância de cada um deles no cenário logístico internacional, confira esse nosso artigo.Em relação às perspectivas dos diferentes modais para 2023, é bem provável que importadores e exportadores consigam “respirar” melhor, e a briga por espaços em contêineres não seja tão acirrada, além de haver possibilidade de diminuição dos blank sailings e dos atrasos nas entregas.
Conclusão
Por fim, é importante salientar que, apesar das perspectivas positivas em relação ao comércio exterior em 2023, cada empresa precisa de suas próprias estratégias para alcançar bons resultados nesse mercado cada vez mais competitivo e com novas tecnologias.
Por isso, é essencial estar atento às atualizações do mercado a fim de conseguir oferecer os melhores serviços para os seus clientes, fidelizando-os e realizando operações de sucesso.
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