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Quais são as dificuldades que o pequeno importador enfrenta?

Os desafios do importador brasileiro quando comparado a outros países, principalmente aqueles integrantes do bloco europeu, parecem gigantes.

desafios do importador

Vivenciamos aqui um elevado sistema burocrático, legislações e sistema tributário complexos, custos logísticos altos e uma infinidade de órgãos anuentes que não operam de forma sincronizada.

Neste artigo abordaremos, portanto, as dificuldades do pequeno importador e porque os produtos importados, mesmo diante de todas as dificuldades, precisam fazer parte do portifólio da sua empresa.

Se isso desperta a sua curiosidade, acompanhe-nos para entender melhor esse cenário.

Por que importar?

A importação existe para suprir necessidades que não seriam atendidas apenas no mercado local.

Podemos citar como exemplo certos tipos de frutas e vegetais, que necessitam de um clima e solo específicos para crescerem. Desse modo, sem a importação, o consumo de tais produtos ficaria restrito somente àquela região onde ela encontra as condições propícias para desenvolvimento.

frutas e verduras

Além disso, através da importação também é possível obter produtos tecnológicos não encontrados no país e a um valor competitivo.

Mas isso não é tudo, pois o mercado internacional inclusive estimula a competitividade. Afinal, os preços unitários são relativamente mais baixos no exterior e isso pode ainda elevar a qualidade dos produtos.

Assim, para o produtor nacional manter sua operação, ele também deverá regular seus preços e aumentar a sua qualidade para poder fazer frente às empresas internacionais.

Diante disso, é razoável afirmar que importar de forma inteligente fomenta o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias ao conectar empresas do mundo inteiro. Dessa forma tornando possível que elas possam oferecer aquilo que seus clientes buscam, mas não encontram no mercado nacional.

Isso significa que a importação é certamente benéfica para as empresas e consumidores. Visto que é através dessa ampla rede podemos ter acesso aos melhores produtos com os menores preços.

Qual é o perfil do importador brasileiro?

O perfil do importador pode ser definido a partir de um conjunto de características e comportamentos que descrevem as suas preferências.

Para traçarmos esse perfil é preciso ter em mente a composição da maior parte dos importadores brasileiros, tipo de produto importado e seus parceiros comerciais.

Com isso em mente, veja abaixo os dados que compilamos verificando as estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC):

Porte

A grande maioria dos importadores é formada por pequenas e médias empresas que atuam desde o comércio até a indústria, e sua concentração se dá, em geral, nos grandes centros urbanos do país, porém não se limitam a eles.

Setor

O maior número de importadores se concentra no setor Agropecuário devido ao potencial brasileiro nesse segmento.

De acordo com dados do MDIC, em 2022 os adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) somaram US$ 24,8 bi de todas as importações brasileiras.

Além disso, temos também inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e semelhantes que representaram US$ 6,9 bi dessas operações.

Valor Agregado

Além dos itens mencionados acima, produtos de alto valor agregado, como eletrônicos, máquinas e equipamentos, peças de automóveis, entre outros, também registraram importante parcela nas importações brasileiras.

Tecnologia

Por fim, existe também a busca por novidades e tecnologia de ponta, pois muitas empresas encontram na importação uma forma de se diferenciar no mercado e atender às demandas dos clientes.

Fornecedores do Brasil

Agora que falamos sobre os produtos, vamos falar sobre os maiores exportadores deles para o Brasil ranqueados por valor:

  1. China
  2. Estados Unidos
  3. União Europeia
  4. Mercosul

Em resumo, a China vem despontando devido a sua produção de itens tecnológicos e de vestuário a preços acessíveis, além de fertilizantes.

No segundo lugar os Estados Unidos, que exportam para o Brasil em sua maioria produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro e aço.

Depois a União Europeia, de onde importamos medicamentos, fertilizantes, produtos manufaturados, entre outros.

Por fim, o Mercosul, de onde o Brasil importa energia elétrica da hidrelétrica binacional de Itaipú, carnes, roupas e alguns produtos farmacêuticos.

A partir desses dados é possível traçar o perfil do importador brasileiro como sendo composto grandemente por pequenas e médias empresas, que se concentram em sua grande maioria no setor Agropecuário.

Mas existe também uma parcela de empresas que irá buscar por medicamentos, produtos manufaturados e por tecnologias que não existem no mercado nacional, ou que existem, mas cujo modelo importado apresenta um valor mais competitivo que o local.

Desafios da importação

Não são poucos os desafios do importador, pois além de regras complexas para importar e recolher impostos, existe também o fator câmbio.

desafios do importador

Ademais, importante ressaltar os custos e dificuldades logísticas, taxas alfandegárias e de armazenagem que acabam comprometendo o valor final do produto, tornando difícil manter a competitividade sem reduzir a margem de lucro das empresas.

Quais são as dificuldades que o pequeno importador enfrenta?

É possível afirmar que os desafios do importador de pequeno porte são ainda maiores, porque muitos deles ainda sofrem com a escassez de recursos e poder de barganha para enfrentar com mais competitividade o mercado.

Por isso, listamos abaixo algumas dificuldades que são enfrentadas por essas empresas todos os dias.

Problemas Fiscais

É fato que nosso sistema tributário é complicado e que as regras são de difícil compreensão.

Se você nunca quis cavar um buraco e se enterrar quando precisou ler o Regulamento do ICMS do seu Estado, você certamente é fora da curva.

problemas fiscais

Além de toda a complexidade, nossos impostos são interconectados, de forma que um erro vira uma sucessão de problemas, ou seja, o que iniciou em dezenas de reais pode acabar se transformando em centenas, milhares ou milhões de reais quando se ajusta o cálculo final.

Ademais, existe também a questão da classificação fiscal – que determina as alíquotas de impostos.

Existem milhares de possibilidades de enquadramento, porém apenas umas poucas corretas para o seu produto específico.

Ligadas à classificação, existem ainda as possibilidades de redução de impostos, ou os casos de aumento de impostos por antidumping, por exemplo.

E, como se não bastasse, a escassez de recursos faz com que muitas empresas não consigam manter um time adequado para realizar estes estudos.

Problemas Logísticos

Um dos maiores desafios do importador de pequeno porte são os desafios logísticos, pois além da demora para a mercadoria chegar ao país, o pequeno importador ainda sofre com a falta de poder de barganha.

Este “fenômeno” ocorre porque, em comparação com importadores de grande porte, o volume dessa pequena empresa não é expressivo o suficiente para uma negociação mais vantajosa para ambas as partes.

Ainda devido ao volume de importações até mesmo prazos podem ser prejudicados, pois, tanto as companhias aéreas como as empresas de transporte nacional darão prioridade para a mercadoria com a qual obterão mais lucro.

Consequentemente, os custos de armazenagem, que também não dão margem para negociar um valor mais competitivo, irão aumentar.

E como o pequeno importador muitas vezes faz apenas um processo ao ano, isso pode significar todo o seu resultado do período.

Problemas Contábeis

Por fim, outro dos grandes desafios do importador de pequeno porte está na ordem contábil, já que nem sempre ele terá um contador 100% dedicado à sua empresa.

As consequências disso se refletem na emissão das notas fiscais.

problemas contábeis

Quem nunca sofreu para emitir uma nota com suspensão parcial ou base de ICMS reduzida, que atire a primeira pedra.

Existem ainda questões de como formar o preço unitário, quais informações mencionar nos dados complementares, qual CFOP e CST utilizar…

Tudo isso pode afetar diretamente a empresa importadora, pois mesmo que o recolhimento de impostos tenha sido feito de forma acertada, caso a nota fiscal de importação seja emitida com dados errados ou omissos, no momento da apuração essa empresa encontrará algumas não-conformidades.

Além disso, certos dados são obrigatórios e podem causar a rejeição da nota pela Sefaz do seu Estado, o que pode atrasar a entrega do seu produto.

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Jonas Vieira

Jonas é graduado e pós-graduado em Comércio Exterior, atua desde 2007 com foco em importação na indústria e comércio, e desde 2018 produz conteúdo sobre a área. É apresentador do podcast Invoice Cast e Co-Fundador da Invoice Content, agência de marketing que atende unicamente empresas de comércio exterior.

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